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Pois é...

Incentivado pelos amigos, resolvi entrar na onda do blog. Este meio de expressão não tem pretensão maior no campo literário, por assim dizer. Desejo, tão somente, partilhar o olhar sobre os acontecimentos que observo ao derredor. Meu compromisso é com a informação, sem preconceito de natureza alguma.
Espero que os leitores participem deste espaço, enviando manifestações. Todas serão acolhidas com espírito democrático. Portanto, façam contato.


Política e afins


    *Claro - claríssimo! - que existem situações onde decisões precisam ser tomadas sem perda tempo. São as de caráter emergencial, onde prejuízos incalculáveis podem acontecer em razão de falta de atitude, o que pode ensejar até na prática de crime de responsabilidade.
    *Por certo deve ter sido esta a motivação que levou o prefeito Vicente Pires (PSB) a contratar com dispensa de licitação, como lhe assegura a legislação, a empresa da esposa de seu secretário da Fazenda para abrigar famílias flageladas pela enchente que atingiu moradores de Cachoeirinha, na semana passada.
    *Para entender o caso: a senhora Neusa Mattos possui um estabelecimento comercial na região central da cidade com estrutura para alojamento de pessoas. Via de regra, o local é usado por trabalhadores que ali permanecem por temporada. O detalhe é que a empresária mantem laços conjugais com o secretário encarregado de cuidar das finanças do Município. Aliás, Sergio Selau se mantém no cargo de secretário da Fazenda por 15 anos. Uma façanha para os padrões políticos convencionais. Ora, é preciso reconhecer que, a rigor, ninguém permanece em Cargo de Confiança (CC) de tamanha relevância por anos a fios sem competência a altura para tal. Mas esta não é discussão oportuna e tampouco relevante na presente ocasião.
    *Tudo, na contração firmada entre as apartes, pode estar na mais perfeita legalidade. Isso também não é objeto de discussão. O que poderá causar estranheza é a chamada questão moral. Justo no momento em que o secretário e a companheira de afetos se refestelavam em férias nas águas do Mar Morto, como os próprios divulgaram em uma rede social, o alojamento da senhora Mattos fazia render dividendos em Cachoeirinha em função de outras águas, as do Rio Gravataí que, caudalosas, se espraiavam em diversos bairros de Cachoeirinha, causando prejuízos às famílias atingidas pela enchente.
    *A rigor, o senhor Sergio Selau e a senhora Neusa Mattos têm todo o direito de curtir férias onde desejarem. Bacana que podem usufruir das coisas boas da vida. Só tem um “porém”, neste caso: a situação coincidente envolvendo ambos no episódio da locação do imóvel de propriedade dela com a prefeitura municipal. Dona Neusa será beneficiária de pagamento oriundo da secretaria fazendária cujo ordenador é o companheiro de laços conjugais. Repetir nunca é demais: do ponto de vista legal tudo parece “abotoadinho”. Mas não “caiu bem”, por assim dizer. Ah! Não caiu.

    *Caso a administração municipal não tivesse nenhum outro local para abrigar os necessitados e o alojamento da empresária Neusa Mattos fosse a única alternativa para o socorro urgente a situação mudaria de figura. Agora, além de todos os problemas cotidianos que tem para resolver, e que não são poucos, o prefeito Vicente Pires ainda se depara com este desgaste de ordem política. Francamente, que inferno astral!

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