MAIS DO QUE MIL PALAVRAS
A imagem de milhares de manifestantes, cuja quantidade a
Brigada Militar estimou em cerca dos 100.000, caminhando desde o Parcão, no
Bairro Moinho de Ventos, até o Parque da Redenção, e voltando ao lugar de
partida no domingo, não deixa a menor dúvida do quanto a população de Porto
Alegre está insatisfeita com os rumos do governo da presidente Dilma Rousseff
(PT). E tal se viu nas outras capitais do País.
Quem conseguiu distanciar-se de
“paixões” ideológicas - não raro provisórias - percebeu outro fato inequívoco: a
esmagadora maioria dos que saíram às ruas não desejam retrocesso no processo
democrático que os permitiu bradar contra a presidente da República. A
motivação é outra: ética na política e melhoria dos serviços públicos. O recado
é claro para quem tiver ouvidos e cérebro: o modelo presidencialista de coalizão baseado na troca de cargos pela chamada “governabilidade” faliu.
O
“toma lá e dá cá” abriu espaço para a corrupção, onde a Petrobras é o emblema
mais eloquente, ao menos até o momento. Ou essa prática nefasta muda ou mais
gente vai ganhar as ruas. Mesmo pacíficas as passeatas demonstraram elevado
grau de indignação. Caminho sem volta,
que só o Estado Democrático de Direito permite. Eis uma oportunidade histórica
para que o governo dê uma “guinada” em direção às aspirações do conjunto da
sociedade, que só quer prosperar e ser feliz.
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