SILÊNCIO DE SEPULCRO
Pois, na semana passada a Justiça Eleitoral de Cachoeirinha também aplicou a pena máxima ao vereador Joaquim Fortunato (PSB), presidente da Casa Legislativa do lado de cá da ponte. A juiza eleitoral do município, Dra. Rosália Huyer, cassou-lhe o diploma de vereador e impingiu-lhe multa pecuniária, ao aceitar denúncia do Ministério Público na acusação de compra de votos, depois que um ex- assessor do parlamentar "botou a boca no trombone". Joaquim vai recorrer, o que é direito seu. Inobstante, moralmente ele fica mal para continuar presidindo a Câmara de Vereadores. Aliás, ele já começou a tarefa no primeiro dia de janeiro, quando foi reeleito, enfraquecido. Só não perdeu o posto por dois votos, sendo um da bancada petista, que estranhamente se absteve. A diáspora, aliás, não acontecia há muito nos "acertos" para a eleição da Mesa Diretora da casa.
Então, e ai a estranheza: passada uma semana desde a a prolação da sentença nenhum vereador, rigorosamente nenhum, veio a público dizer de sua posição em relação ao fato escandaloso envolvendo a cassação do colega. Nem mesmo os que a ele contrariamente se posicionaram no primeiro dia do ano. Até aqui, paira no ar um estranho silêncio. Sepulcral, obsequioso e imoral. Tal passividade dá margem para que se pense na existência de um robusto "espirito de corpo" em formação para "blindar" Fortunato, a partir de inércia de seus pares. Ou seria um "espírito de porco"?
Quem conhece os bastidores da política dos interesses menores não fica, de todo, estupefato. É por estas e outras que parcela significativa da sociedade acha que o aumento da quantidade de vereadores em Cachoeirinha (de 11 para 17) só fez inchar, mais ainda, a folha de pagamentos com gastos públicos.
Tomara que surja uma "luz no fim do túnel", para que esta impressão negativa seja soterrada por uma nova ordem de valores. Esperemos... Afinal, não é a esperança a última que morre?