Política e afins
A semana que passou foi marcada pelo crescimento substancial
do Partido Solidariedade, em Cachoeirinha. Depois do ingresso do vereador
Gelson Braga, egresso do PTB, o campeão de votos do PMDB, Deoclécio Mello,
também migrou para agremiação do deputado federal paulista, o Paulinho da
Força. A nova bancada na Câmara de Vereadores enfraquece o PMDB e o PTB, além
de ganhar preço na composição da base de apoio do governo do prefeito Vicente
Pires (PSB). O valor da adesão instantânea é coisa para o conhecimento de
poucos. Mas, “in Love” nada acontece no jogo de interesses (quase sempre
menores) envolvendo governos e base de apoio parlamentar. Aqui, ali, lá e
alhures.
A saída de Gelson Braga das fileiras do partido do “finado
Getúlio” foi natural. Favas contadas. Espaço reduzido no PTB para arder lenha em
demasia e outros gravetos naquela fogueira de tantas vaidades. O presidente municipal
da legenda, Reni Tolentino, deve ter identificado o fato. Mas, raposa felpuda
como é, ficou esperando o fogo assar egos e consumir pretensões. Deu no que
deu.
Tolentino, que vem de muito longe, sabe a importância da
eleição de uma bancada expressiva. Quanto maior, tanto mais valerá no jogo de
cartas marcadas em que se constitui a tal “governabilidade”. Reni também não
ignora o custo para manter um insaciável à mesa. Diante do que, optou pela dispensa
abastecida. Ele sabe que depois do por do sol a noite chega. E depois dela o
sol volta a brilhar. Os ciclos vêm a seu tempo, inexoravelmente.
Deoclécio Mello, que ainda está com fogo nos olhos, tem no
colunista Neli Gonçalves, do Correio de Cachoeirinha, um aliado para atirar
pedras no PMDB. Em artigo publicado na edição do final de semana, o articulista
foi mordaz nas críticas. Sobrou até para o presidente municipal da agremiação,
Major Belarmino, qualificado como alguém com “falta de moral” para cobrar
contribuição dos Cargos em Comissão do partido. Gonçalves afirma que Major,
quando exerceu funções de confiança no governo municipal, nunca contribuiu.
Agora, estaria sem condições para “passar o chapéu”.
Os vínculos de Neli Gonçalves com Deoclécio Mello são
estreitíssimos. Então, nada a estranhar nas pedras jogadas pelo colunista no
PMDB, agora a Geni da vez, como aquela da música de Chico Buarque. Bueno! Quem
conhece de longa data o ex-vereador e articulista não pode negar seu
crescimento intelectual e a consequente familiaridade com a arte da escrita.
Descobertas recentes apontam para um fato que pode
revolucionar a crença popular de que o Papai Noel não vem da Lapônia, todo o
ano, com o seu trenó puxado por renas incansáveis e carregado de presentes para
farta distribuição a quem na existência dele botar fé. Cientistas estão por
concluir que, assim como Deus é brasileiro, o bom velhinho começou a carreira
na caatinga nordestina. Ops! Mas então, qual o sentido da neve em sua
trajetória? Tudo muito complexo. Moral: Tem crença para tudo.