José Stédile, líder metalúrgico nos anos 80, foi prefeito de
Cachoeirinha por duas gestões consecutivas. E está no Congresso Nacional
cumprindo o seu segundo mandato. Migrou do Partido dos Trabalhadores para o
Partido Socialista Brasileiro onde construiu um projeto de poder personalista exitoso,
neste lado de cá da ponte. Foi decisivo para conduzir Vicente Pires à
prefeitura por dois mandatos. E também na articulação que levou Miki Breier a
se eleger deputado estadual três vezes seguidas.
A digital de Stédile mais
recente está incrustrada na própria eleição do professor Breier em outubro do
ano passado, quando se transferiu do parlamento gaúcho para o Paço Municipal.
Ora, não resta dúvida que Stédile é “o cara”, por assim dizer. Mas,
estranhamente, depois de quase 30 dias da maior greve na história do
funcionalismo municipal apenas no sábado (Primeiro dia de Abril), conhecido
popularmente como o dia da mentira, é que o deputado federal saiu da “toca”
para se pronunciar sobre os rumos do movimento paredista. E o fez depois de
insistentes cobranças a ele destinadas pelos usuários das redes sociais.
Em
rápido pronunciamento, com duração de 2 minutos e 20 segundos, quase lavou as
mãos. Afirmou que não foi consultado sobre o “pacotaço” de Leis remetido pelo
prefeito à Câmara de Vereadores para ajustar as contas públicas, retirando
vantagens dos servidores, e esclareceu que também não pediu para ser ouvido.
Condenou a brutal violência policial contra os grevistas e, por óbvio, estendeu
a mesma expressão em relação à depredação do patrimônio público. Culpou Dilma e
Temer pelo caos na economia e se mostrou compreensivo com as ações de muitos
prefeitos em busca de alternativas para administrar as cidades. Mas, não fez
“mea culpa” em relação aos “pacotes de bondades” que distribuiu aos municipários
ao tempo de suas gestões. E sobre o
risco futuro que isso representava Miki Breier diz tê-lo alertado quando foi
seu secretário da Educação.
O teor completo do fato está nos sites O Seguinte e
O Repórter, da semana que passou. Então: a crise bateu à porta, a fatura chegou
e Miki apresentou a conta. A responsabilidade de Stédile é imensa na construção
de alternativas para o fim do impasse. Afinal, aqui se encontra a sua principal
base política. O momento inusitado crucial é por demais grave. Urge solução
negociada para o restabelecimento dos serviços públicos com o mínimo de
qualidade. Esse “cabo de guerra” pode levar ao colapso político com demanda de
tempo indesejavelmente longa e com riscos de maior atraso ainda na direção inadiável
ao progresso e ao desenvolvimento da qualidade de vida de todos os
cachoeirinehnses.
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