*O ano termina com um cenário econômico e político nada
animador. Os indicadores da economia são de “arrepiar”. Especialistas concluem
que em 2015 teremos tempos de “aperto do cinto”. Tudo ao contrário do que dizia
a presidente Dilma no período eleitoral. Acreditou quem não quis ouvir o que
outras vozes bradaram.
*Dilma prometeu “governo novo” caso ganhasse a eleição.
Ganhou e até agora, às vésperas da posse, conseguiu anunciar apenas 22 dos 29
ministros que tem para nomear. E, convenhamos, a maioria dos nomes divulgados
não se constituem em novidade e tampouco inspiram confiança de que suas futuras
ações tragam melhorias para o conjunto da sociedade.
*Mais do mesmo. Ou de chorar no cantinho. E ainda existe o
risco de alguns dos anunciados serem tratados como réus na Operação Lava Jato,
quando em fevereiro o Ministério Público Federal tornar pública a lista dos
políticos enrascados com o escândalo do “petrolão”.
*Pelo que, e muito mais, 2015 será um ano marcado também por
inquietações na conjuntura política. A oposição, mesmo derrotada saiu das urnas
com ar de vitoriosa, promete marcar de cima as ações do governo federal. Se
quiser fiscalizar não lhe faltará o que fazer. O governo terá que “se virar nos
trinta” para dar conta do que tem para realizar. A começar pela promessa de combater a
corrupção e enviar para Congresso um projeto consistente de Reforma Política.
*No âmbito municipal a proximidade de 2016, o ano das
eleições, ativa a natural movimentação política em função de projetos de poder:
partidários e pessoais.
*O sonho de qualquer vereador é chegar ao cargo de prefeito
para realizar as obras que poderão melhorar a vida dos munícipes. Razão pela
qual os parlamentares da “aldeia” se constroem para chegar à condição de
disputar o comando do Poder Executivo.
*Deste lado de cá da ponte, o natural é que da base
governista no Poder Legislativo saísse o candidato situacionista para
concorrer, ganhar e manter o “status quo”. E, em tal quadro, seria ainda mais
natural que o candidato para tentar “emplacar” no lugar do prefeito Vicente
Pires (PSB) fosse um vereador do Partido Socialista Brasileiro.
*E assim deveria ser, depois de manter os “socialistas” Miki
Breier na Assembleia Legislativa e José Stédile em Brasília, na Câmara Federal.
Mas, em política as coisas não funcionam da mesma forma como ocorre na acomodação
industrial de palitos em caixa de fósforos, faltou combinar o processo com o deputado Miki, que será secretário de
Estado do Trabalho e Desenvolvimento Humano e que está com apetite eleitoral
voraz para disputar a prefeitura em 2016.
*Então, 2015 promete ser um ano de pauta permanente para a
crônica política. Projetos partidários e pessoais ganharão força à medida que o
contrário também ocorrerá. Nesta arena é que engalfinharão aqueles com sede de
poder. Pena que, na maior parte dos casos, os que conquistam espaços de poder
não conseguem fazer dele uma oportunidade de servir ao coletivo. Pelo
contrário: dele fazem uso para o próprio benefício. Tornam-se, assim,
usurpadores. O grande culpado não é outro se não o leitor. Enquanto existir
eleitor de segunda o subproduto será político de terceira. Simples assim.
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