Política e afins...
*Não por acaso Joaquim Barbosa, presidente do Supremo
Tribunal Federal. Resolveu proclamar a prisão de alguns dos mensaleiros no dia
da Proclamação da República. Depois das postergações do conjunto da Alta Corte
em mandar para a cadeia os réus em processo que arrastou por quase uma década,
coube a Barbosa o ato monocrático de determinar o “fim da linha” para a
quadrilha de colarinho branco.
*Mesmo na hora de caminhar em direção ao cárcere, os
petistas José Genuíno e José Dirceu não perderam a arrogância. O punho erguido,
como num brado, talvez devesse significar que caiam de pé, como as árvores.
Para o espectador médio, aquele gesto deve ter soado como deboche.
*Eles alegam que são presos políticos. Ora, façam-me rir. O
processo se arrastou por anos a fio, com mil manobras jurídicas patrocinadas
pelos mais caros e competentes advogados do país. Enfrentaram um tribunal
composto por indicações que os próprios endossaram e fizeram parte do núcleo de
poder do partido que conquistou a presidência da República e que tem influência
direta sobre os mais diversos setores que controlam o “aparelho de estado
brasileiro”. Por favor, sem essa de vítimas.
*A sociedade precisa ficar atenta ao cumprimento das penas.
Que ninguém se espante se os defensores famosos e de alto preço dos réus não
encontrarem brechas na legislação para tornar brandos os dias dessa gente na
cadeia. Barbas de molho, pois.
* Do lado de cá da ponte, quem está indignado é Claudemir
Botelho, uma das lideranças mais influentes do PDT municipal nos anos 90.
Botelho, aliás, foi o principal articulador da eleição que culminou com a
chegada do partido à prefeitura de Cachoeirinha, quando Valdecir Mucillo, à
frente de uma coligação com mais de uma dúzia de partidos, se tornou prefeito,
encerrando longo ciclo de governos peemedebistas.
*Claudemir e Terry Lacerda apresentaram o vereador Gelson
Braga, de Cachoeirinha, ao líder do Solidariedade no estado, Cláudio Janta,
vereador de Porto Alegre. A ideia era o partido, por aqui, se consolidar com
bancada na Câmara de Vereadores.
*No decorrer do processo Claudemir e Terry foram “escanteados”
por Gelson Braga, que virou estrela de brilho fulgurante no partido. Depois que
o vereador Deoclécio Mello também migrou para o Solidariedade é que o caldo
entornou, de vez. Ora, Cláudio Janta deseja concorrer a deputado federal nas
eleições de 2014. Político geralmente pensa em votos. E vereador tem este
capital. Quem vem de longe sabe que Botelho e Lacerda “dançaram”, mas estão com
“fogo nos olhos”.
*Para a coluna, Claudemir Botelho revelou que a “trairagem”
não vai ficar “no barato”. Sua determinação é “grudar” no pé de Braga. Para ser
literal, promete levar ao próprio um presente natalino. Ora, nada mais e menos
do que um par de chinelos. Daqueles que deixam cheiro e perdem a forma. Mais
simbólico impossível.
*Convenhamos, Claudemir conhece por quem os “sinos dobram”
na política cachoeirinhense. Nesta altura do campeonato acreditar que na
prorrogação do segundo tempo ainda poderia fazer gol de placa e sair de campo
com algum troféu em mãos é muita ingenuidade. Esqueceu que estava lidando com
“raposas felpudas”. Profissionais de jogadas com cartas marcadas. Bingo!