Política e afins
*A entrevista do ex- governador Olívio Dutra ao Jornal do
Comércio, na semana passada, faz cair por terra o choro e ranger de dentes dos
petistas presos na esteira do julgamento do “mensalão”. José Dirceu e José
Genuíno alegam que são presos políticos, mesmo depois de longo processo e com o
mais amplo direito de defesa. Sem falar que tiveram a assistência de defensores
cujos honorários apenas clientes de elite podem bancar.
*Olívio não os considera presos políticos. Pelo contrário,
para o ex- governador petista “Dirceu e Genoino foram julgados e agora estão
cumprindo penas por condutas políticas”. No momento em que algumas vozes tentam
desqualificar o trabalho do Supremo Tribunal Federal, e em especial a conduta
do ministro Joaquim Barbosa, presidente da instituição, Olívio Dutra contribui
para o esclarecimento da situação. E com independência de dar inveja.
*Ora, é no mínimo risível a informação plantada nas redes
sociais recentemente apontando para o aumento significativo de filiações ao
Partido dos Trabalhadores depois da prisão dos mensaleiros. Pura tentativa de
mistificação, que cai por terra com a entrevista insuspeita e providencial do
“Galo Missioneiro”.
*Do lado de cá da ponte, alguns vereadores de primeira
legislatura, oriundos de experiências no Poder Executivo, mostram-se
desiludidos com as atividades atinentes ao Poder legislativo, onde a ações têm
caráter propositivo.
*Durante a campanha comprometeram-se em “fazer e acontecer”,
caso se elegessem. Eleitos, começam a perceber que podem pouco em função dos
limites operacionais característicos da natureza da atividade legislativa,
precipuamente fiscalizadora.
*Alguns dos eleitos exerceram cargos em secretarias de
governo na prefeitura de Cachoeirinha. Cada qual administrava orçamentos e
encaminhava a execução de obras, donde emergiam resultados concretos em
determinado espaço de tempo.
*Agora, na Câmara de Vereadores, o rito e o ritmo são
diferentes. Mesmo assim é de fundamental importância para sociedade a ação
parlamentar, se exercida com altivez e independência. Em tese, aliás, tal
tarefa fica mais fácil para a oposição, caso não tenha nenhum compromisso
subalterno com o governo de ocasião.
*A oposição ganha fôlego quando aponta as inadequações e
contradições da ordem estabelecida. E assim se transforma em veículo condutor
do contra ponto imprescindível para os fundamentos plurais de uma sociedade
democrática.