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Pois é...

Incentivado pelos amigos, resolvi entrar na onda do blog. Este meio de expressão não tem pretensão maior no campo literário, por assim dizer. Desejo, tão somente, partilhar o olhar sobre os acontecimentos que observo ao derredor. Meu compromisso é com a informação, sem preconceito de natureza alguma.
Espero que os leitores participem deste espaço, enviando manifestações. Todas serão acolhidas com espírito democrático. Portanto, façam contato.


ESPAÇO PARA O CONTRADITÓRIO


    Na edição passada escrevi a respeito da percepção de “sinais de mudança” que já observo em algumas atitudes do prefeito Miki Breier (PSB) em relação ao seu antecessor, Vicente Pires (PSB). E disse de como isso reforça minha expectativa de que o professor Breier possa realmente fazer um governo que venha qualificar os serviços públicos no âmbito da prefeitura de Cachoeirinha. 
    O jovem sociólogo David Almansa, que é presidente do Partido dos Trabalhadores e foi o candidato oposicionista mais votado nas eleições passadas, enviou correspondência contraditando a publicação. 
    Ora, como David é um agente político a quem respeito e considero por sua trajetória de lutas, abri espaço para a sua manifestação, com reprodução na íntegra.

“Amigo Roberto, tudo bem? Tomei a liberdade de escrever algumas palavras em contraponto (quase um balde de água fria) nas expectativas do amigo a cerca da gestão Miki Breier. Se tiver espaço para publicar agradeço. Grande Abraço!




Sinais de mudanças?
    
      As urnas abertas em outubro passado elegeram uma nova figura para prefeito de Cachoeirinha, não um programa. A eleição de Miki significa a manutenção de um grupo político que está no poder há 12 anos. Não é ilegítimo estar no poder há tanto tempo quando se é eleito democraticamente, porém devemos compreender como se dá a manutenção destes no poder. As forças que mantiveram o PSB no comando do passo municipal são articuladas pelo que há de mais tradicional na política, o toma-lá-dá-cá. 
     Uma quantidade impressionante de partidos, uns extremamente fisiológicos, dão sustentação a um projeto que baniu qualquer forma de participação popular e democrática no seio da gestão pública. Assassinaram o Orçamento Participativo, matando aos poucos sua gênese de empoderamento popular. Acabaram com a relevância dos conselhos municipais, aparelhando estes com pessoas muitas vezes empregadas no governo municipal. Miki, assim como Dória em São Paulo, entrou na onda de “ocupar manchetes”. 
    As iniciativas de “abertura de diálogo” com a população podem, em um primeiro momento impressionar, afinal tínhamos um prefeito que só víamos nas fotos penduradas nas paredes das repartições públicas, porém tanta exposição se esgotará tão logo se perceba que não há um projeto diferente ou capaz de tirar a cidade da decadência que entrou. 
   Tão logo as ruas alaguem, a merenda falte no prato dos estudantes, as moradias populares inexistam. Tão logo o transporte coletivo continue sendo horrível, os postos de saúde mal geridos, se perceberá que não basta uma retórica. É necessário haver um programa. E programa se constrói com a participação popular, com poder deliberativo da população, não com belo sorriso e um bloco de notas isolado em um gabinete, ou discursos institucionais.


David Almansa – Sociólogo, Presidente do PT”

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