No domingo tive um tempo de “prosa” com o jovem Rafael
Velho. Ouvi um pouco de sua história pessoal, das lutas que teve para superar
dificuldades familiares e de saúde. Também de seu esforço vitorioso para chegar
aos bancos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas, fiquei deveras
impressionado com ânimo político do jovem acadêmico de Administração Pública e
Social. E, confesso, tive profunda inveja da motivação que o levou a aceitar o
convite para concorrer a vice prefeito nas eleições de outubro, ao lado do
vereador Antônio Teixeira (Rede Sustentabilidade).
Para ele tudo é muito
simples: a cidade precisa viver a experiência construtiva da democracia. Mais
ou menos como faziam os gregos nos primórdios desta forma de convívio coletivo;
com intensa participação popular. Observando os movimentos de Rafael nesta reta
final de campanha, pelas redes sociais, me vem à mente as andanças de um dos
personagens de Miguel de Cervantes, em sua clássica obra Don Quixote de La
Mancha. Ele bem que poderia ser Don Quixote, mas lhe coube - na presente
conjuntura - assemelhar-se a Sancho Pança, o fiel escudeiro do cavaleiro em
luta contra gigantes, que em verdade não passavam de moinhos de vento.
Quando
olho para os cenários políticos, aqui e acolá, com suas jogadas de cartas
marcadas, pensadas apenas para mudar algumas peças e manter tudo do mesmo
jeito, é que me dou conta de como é importante a presença de novas personas neste
tabuleiro para fazer sobreviver alguns fios de esperança de que nem tudo está
perdido, por completo.
Neste lado de cá da ponte, por um momento na manhã de
domingo, percebi o brilho de uma luz de led nos olhos do Rafael, entre um e
outro gole de café. Depois da conversa, voltei para o meu mundinho da
racionalidade cartesiana, que por vezes consiste em horripilante cela escura
onde a alma, de certa forma, se encarcera. E Rafael tomou o rumo das ruas e das
praças no combate aos gigantes. E, vá que não passem de moinhos de vento...
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