No domingo milhões de brasileiros assistiram ao acolhimento
do impeachment da presidente da República, Dilma Roussef (PT), patrocinado pela
Câmara dos Deputados, em Brasília.
O “espetáculo” se constituiu em teatralidade
deprimente. Aqui, o deprimente não é pelo fato de ter dado a largada na direção
do fim da era petista; afinal eles fizeram por merecer. A despeito da
implementação de louváveis políticas de inclusão social, o Partido dos
Trabalhadores também foi responsável - por ação e/ou omissão - dos maiores
escândalos de corrupção na história recente do País. A fatura começou a chegar.
Mas, o deprimente foi a teatralização e a banalização do momento crucial da
encruzilhada política e institucional, quando deputados se comportaram como se
estivessem em picadeiro, mandando recados aos amigos, familiares e à “distinta
plateia”. Coisa mais subdesenvolvida, típica de “republiqueta de bananas”. Claro, claríssimo, sempre existem as honrosas exceções, para “salvar a Pátria”.
Porém, um fato é inequívoco e precisa ficar patente: os congressistas que
fizeram alguns rir e outros ranger dentes são a expressão mais estratificada do
conjunto da sociedade brasileira. Sem subtrair e nem adicionar. Cada um deles
“chegou lá” por delegação expressa dos seus eleitores. Portanto, no conjunto da
obra, eles nos representam. Se agora torcemos o nariz para a panaceia é porque
precisamos ficar de olhos bem abertos na hora de votar. E, ao invés de dar de
ombros para a política, é imprescindível discuti-la cotidianamente, para errar
cada vez menos na hora de ir às urnas. Quem vira a cara para a política
contribui com o “parto” dos monstrengos que se apresentaram no domingo para
dizer sim e não à admissibilidade do processo de impedimento de La Rousseff e o
que ela representa.
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