*Começou na semana passada a vacinação em massa contra a
meningite, em Cachoeirinha. O que até então dias era considerado como um surto
localizado no bairro Bethânia, e que causou mortes que alarmaram a população,
evoluiu para a classificação de epidemia e produziu outro óbito.
*Ora, tivessem os governos municipal, estadual e federal
acatado uma liminar impetrada pela Subseção da Ordem dos Advogados Brasil em
Cachoeirinha, prontamente acolhida em primeira instância pelo Poder Judiciário,
determinando prazo de cinco dias para a imunização da população de risco, a
situação já estaria resolvida.
*Mas, o governo do prefeito Vicente Pires (PSB), neste lado
de cá da ponte, gastou energia e perdeu tempo por demais precioso para cassar a
liminar de autoria do advogado Jeferson Lazzarotto, presidente da OAB
municipal.
*Tudo em vão, pois o vírus mortal desconheceu interesses
menores e continua a causar apreensão. Esta é a face escancarada do subproduto
de práticas administrativas e políticas amadoras, eivadas de empirismo e que
colocam em risco vidas; algumas destas ceifadas em plena infância e juventude.
Lamentável, de todo.
*Ora, não é por obra do acaso que o governo municipal enfrenta
desgaste gigantesco de imagem junto à população, em geral. Nos últimos dias os
atos do prefeito Vicente Pires têm servido de pauta para imprensa estadual, e
até nacional. Além da meningite, as fortes chuvas e as consequentes enchentes
oportunizaram mais um feito do chefe do Poder Executivo que rendeu reportagens em
HD nas redes de televisão (Record e RSB). A contratação sem licitação de um
alojamento de propriedade da companheira de afetos conjugais do secretário da
Fazenda deu o que falar. Quem quiser pode conferir os vídeos na internet.
*Casualmente (e foi obra do acaso, mesmo), enquanto a
empresária Neusa Mattos e o secretário das finanças de Cachoeirinha se
refestelavam em férias na Itália a contratação do tal alojamento, com dispensa de
licitação, serviu de combustível para alimentar o imaginário daqueles se
perguntavam sobre a lisura moral da ação chancelada pelo prefeito da cidade.
*Fique patente que o colunista entende que Neusa Mattos e
Sérgio Selau, como qualquer outro casal, tem todo o direito de curtir férias
onde e como quiser. O “busílis”, por assim dizer, é que o rapaz não é apenas um
cidadão da “planície”. Ele é agente público com destacada e longeva atuação no
centro do Poder Executivo municipal, d’onde colhe bônus e agora o ônus.
*Tivessem Selau, Neusa e Vicente levado a sério a célebre
frase atribuída a Cícero, o senador romano, a respeito da imagem de quem exerce
função pública, por certo estariam livres do falatório que ainda viceja na
cidade. Teria, pois, afirmado Cícero sobre escândalo moral envolvendo Pompéia,
a mulher do Imperador: “À mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer”.
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