Política e afins
*Passada a Semana Santa, a promessa é de “Via Crucis” para o
governo da presidente Dilma Rousseff. Milhões devem voltar às ruas no próximo
domingo para expressar contrariedade ao ajuste econômico comandado pelo
ministro banqueiro Joaquim Levy.
*Inflação nas alturas, recessão e aumento do desemprego têm
assombrado a sociedade brasileira. E não são apenas os “brancos e de olhos
azuis”, como dizem os governistas de plantão. Aliás, quem mais sofre com a
derrocada da economia são os mais pobres.
*As recentes pesquisas de opinião revelam que entre os mais
pobres também aumentou a insatisfação com os rumos do governo da presidente
Dilma Rousseff. E em todas as regiões. Até no Nordeste, onde a então candidata
a reeleição abriu larga vantagem sobre o seu adversário, o tucano Aécio Neves
(PSDB).
* A julgar pelo sucesso da marcha de milhões às ruas em março
e pela falta de perspectivas no curto prazo, na política e na economia, a
tendência é que as manifestações deste dia 12 mobilizem contingentes ainda
maiores.
*O fundamental é que não ocorram excessos. Violência é o que
desejam aqueles que pretendem desqualificar as ações democráticas dos que se
colocam em contra ponto ao status quo, como se a razão tivesse lugar apenas no
espaço de quem venceu o pleito eleitoral em outubro de 2014.
*Ninguém, com responsabilidade e espírito democrático,
deseja ruptura institucional. Golpismo para qualificar as atitudes de quem se
posiciona contrário ao governo é, no mínimo, um desprezo à inteligência alheia,
ainda que mediana.
*É da essência do Estado Democrático de Direito o exercício
do contraditório. À medida que os confrontos de ideias aconteçam aumentam as
possibilidades de razoabilidade da compatibilidade de soluções negociadas, e
que satisfaçam a maioria.
*Nas manifestações de domingo o alvo não deve ser fixado
apenas na figura da presidente da República. O grito das ruas precisa adentar
ao Congresso Nacional, para que deputados e senadores façam andar as reformas
necessárias para que o Brasil possa dar o tão desejado “salto para o futuro”.
*Que os poderes da República ouçam o brado dos manifestantes
em grito uníssono por qualidade nos serviços públicos e ética na política. A
rigor o tal “Fora Dilma” é uma forma de expressão para dizer que as mudanças
por melhores condições de vida são urgentes e imprescindíveis. Tomara que a
presidente acerte o compasso nos passos de seu mandato. Melhor assim. Sem
traumas e custos maiores.
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