Preterido
O
professor Saul Sastre foi escolhido patrono de Feira do Livro de 2014, por voto
popular. Preparou-se para o desempenho da função com alegria e entusiasmo.
Autor de várias obras e intelectual destacado no mundo acadêmico, Sastre
deveria ser o patrono na edição deste ano. Tão elementar que nem Watson ousaria
cometer o desatino de questionar Sherlock Holmes. Que nada. Sem explicações
para as suas motivações, os “companheiros” do professor cruzaram a ponte e
foram bater à porta do escritor Luis Fernando Veríssimo, que será a estrela da festa
literária deste lado de cá da ponte. Por certo, o prefeito Vicente Pires e o
seu secretário da Cultura entenderam que um “filho da terra” não tem o glamour
de uma estrela de primeira grandeza para abrilhantar um evento de tamanha
envergadura.
Convenhamos: coisa mais tupiniquim. Caramba, esse papel de “bom
cabrito”, que engole o berro, não fica bem para o professor Sastre. Viver e
morrer faz parte da vida, como afirma o dito popular, mas não espernear é
capitular como se a dor fosse um elemento ausente no patíbulo. Ora,
convenhamos...
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