Política e afins
*A pauta dos principais veículos de comunicação é o
Carnaval. Depois da quarta-feira de cinzas cessam os tamborins e as fantasias
darão lugar à realidade, onde quem vai imperar e determinar o compasso e o
ritmo da vida dos brasileiros será a política.
*O governo da presidente Dilma Rousseff terá que recriar-se,
como a Fênix, para mostrar a que veio neste segundo e conturbado mandato, que
deverá durar pelos próximos quatro anos, caso não encontre pelo caminho o
processo de impeachment, como já bradam alguns segmentos da sociedade.
*Não estou convencido, até aqui, da oportunidade para me
associar aos que propugnam por tal medida, que encontra amparo na Constituição.
Também não me alio aos que vociferam que se trata de “golpismo” a discussão do
caminho. Nenhuma das teses pode ser vista com simplismo, resultante de paixões
provisórias.
*O que não pode ser ignorado é o fato de a questão estar
“colocada” no imaginário popular em razão da falta de sintonia entre o projeto
de poder continuado com o aval de escassa maioria do eleitorado e as demandas
objetivas da sociedade brasileira.
*O Brasil da campanha
de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, mostrado aos
eleitores em cenas coloridas e produzidas em HD, contrasta com o Brasil real onde
a inflação corrói o poder de compras e a corrupção se infiltrou em largas
fendas nos aparelhos de Estado para saquear quantias milionárias, destinadas
aos bolsos de alguns e para garantir apoios de partidos da chamada “base aliada”.
*Os sinais de descontentamento começam a pipocar por todos
os lugares. Manifestações populares já têm dia e hora para acontecer, em março.
Sobram razões para insatisfações. Faltam medidas políticas para causar
esperanças de dias melhores.
*É fato inegável a existência de “mau humor” na sociedade em
relação ao pós-eleição, combinado com o início de mandato. Dilma disse que os
outros fariam o que a própria acabou fazendo. Essa contradição é que fica
atravessada na garganta de milhões de brasileiros, como aquele espinho de peixe
que provoca mal estar no parelho digestivo e psíquico, a um só tempo.
*O estopim aponta em direção ao paiol. Só precisa alguém
atear fogo e faltar bombeiro. O estrago não tem como mensurar aprioristicamente. Razão pela qual a situação não pode ser vista nem com
bravatas e tampouco com simplismo. Dilma, tão logo soube do resultado
eleitoral, comemorando a permanência no cargo, se disse disposta ao diálogo
como elemento norteador de sua gestão continuada. Pois, o momento conjuntural
exige que a presidente da República saia da retórica e passe para ação
concreta. Sem entendimento, inclusive pontuais com a oposição, o caminho para
prosperar a ideia do impeachment pode não ser tão longo. Quem dificulta o
dialogo oferece facilidade para a confusão.
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