Política e afins
* Causou espécie, para
alguns, o fato de o deputado estadual Miki Breier (PSB) ter votado a favor do
projeto que institui a aposentadoria para os membros do Poder Legislativo do
Rio Grande do Sul.
* Na lógica do deputado ele está correto, ao pensar pelo viés
do interesse próprio. Com o terceiro mandato a iniciar-se em janeiro de 2015
isso já lhe garante proventos na casa dos quase R$ 5.000,00 ao fim de cada mês.
Convenhamos, uma delícia de salário.
Sonho de todo o trabalhador no apagar das luzes de uma vida de atividades na
iniciativa privada.
* A discussão tem caminhos que levam para razões e ausência
delas no debate sobre a conveniência e a oportunidade da aprovação do Projeto
de Lei que torna os parlamentares do RS superiores à grande maioria dos
aposentados na hora de sacar na boca do caixa dos bancos os proventos da
aposentadoria.
* Estranhamente, a matéria de interesse direto e reto dos
deputados tramitou com velocidade incomum, nos 45 minutos do segundo tempo da
atual legislatura. Discussão
zero com a sociedade gaúcha, a grande pagadora de parcela significativa da conta.
zero com a sociedade gaúcha, a grande pagadora de parcela significativa da conta.
* Faço o registro do voto do deputado Breier em razão de ele
ser de Cachoeirinha e receber da coluna espaços generosos para a divulgação de
sua atuação parlamentar, que tem produção de Leis relevantes também para o
conjunto da sociedade gaúcha.
* Inobstante, uma coisa é uma coisa e a outra coisa é outra
coisa. Tem momentos na vida de um homem público que ele precisa fazer de sua
posição um emblema; uma marca que demarca caminhos e aponta para novas
perspectivas. Os grandes personagens da história - aqueles que fizeram a diferença e marcaram o
seu tempo - foram capazes de renunciar a privilégios tentadores para
estabelecer divisores de águas que redirecionaram o curso dos acontecimentos
insofismavelmente significativos.
* Em ocasiões derradeiras é que o verbo se faz carne; que o
discurso incorpora a coerência ou - ao
contrário - vai ao ar, como um balão de festa de São João.
*Em tempos de “mensalão”, “petrolão” e outras formas de
achaques ao bolso do contribuinte gestos de decência é que surpreendem.
Infelizmente, estamos nos acostumando à inversão dos valores. Não por acaso, já
em 1914 Ruy Barbosa expressou-se de forma célebre no Senado da República: “De
tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...”.
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