Política e afins
*Faltando menos de duas semanas para o início dos jogos pelo
Campeonato Mundial de Futebol a mídia, e de forma especial a televisão aberta,
investe recursos de toda a ordem para fazer o País entrar no “clima da Copa”.
São imagens com efeitos especais em verde e amarelo que parecem querer saltar
da tela dos televisores direto para as cabeças dos telespectadores. Para
incendiar “corações e mentes”.
*A ideia é motivar a nação a torcer pela seleção, que busca “ficar
com a taça”. Ora, claro que a conquista do campeonato será motivo de júbilo
para os brasileiros. Mas também é verdade que significativa parcela da
sociedade percebe que, em nome da Copa padrão FIFA, faltou o cumprimento de
promessas de legado em melhorias para o conjunto da população e sobrou
desperdício e desvio de montanhas de dinheiro que foram engordar as contas de
poderosas empreiteiras. As mesmas que financiam campanhas eleitorais de quase
todos os partidos políticos.
*Ora, não é por obra do acaso que muita gente está “secando”
a seleção do Felipão. Entendem estes que torcer pelo Brasil não é
necessariamente o mesmo que torcer pela conquista do Penta. Uma coisa é uma
coisa e a outra coisa é a outra coisa.
*A pergunta dos “secadores” é a seguinte: Quem, de fato, se
beneficiará com a vitória da Seleção Canarinho? Os brasileiros, em seu
conjunto, vão continuar a andar em transporte público de péssima qualidade.
Serviços básicos de atendimento à saúde estão cada vez mais precários. Investimentos
em segurança e educação em proporções satisfatórias só aparecem nas promessas
dos candidatos em campanha.
*A frustração com as obras que deveriam ter saído das
planilhas de planejamentos e se tornado realidade para melhorar a vida e o
cotidiano de multidões de norte a sul do Brasil também leva boa parte dos
torcedores à apatia diante do gigantesco espetáculo futebolístico.
*Ora, até o mais distraído observador sabe que o resultado
deste certame terá, de qualquer sorte, impacto na campanha eleitoral para a
presidência da República, em outubro. O ufanismo pela vitória e a decepção em
função de eventual derrota poderá gerar, cada qual, reações antagônicas.
*Seja como for, razões não faltam para torcer pela vitória
do time comandado pelo gaúcho Luiz Felipe Scolari. Nem tampouco para os que
compreendem que a frustração poderá redundar em oportunidade para amadurecer a
reflexão sobre o que, de fato, é relevante para a vida real de milhões de
brasileiros que vão continuar, com qualquer resultado, a viver em padrões que
não são os da FIFA.
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