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Pois é...

Incentivado pelos amigos, resolvi entrar na onda do blog. Este meio de expressão não tem pretensão maior no campo literário, por assim dizer. Desejo, tão somente, partilhar o olhar sobre os acontecimentos que observo ao derredor. Meu compromisso é com a informação, sem preconceito de natureza alguma.
Espero que os leitores participem deste espaço, enviando manifestações. Todas serão acolhidas com espírito democrático. Portanto, façam contato.


Tipo “A Crônica de uma Morte Anunciada


        Instigante a leitura de A Crônica de Uma Morte Anunciada, obra do escritor colombiano Gabriel Garcia Maquez, que entre tantas premiações recebeu o Nobel de Literatura. No romance o autor narra os acontecimentos que antecedem a morte do personagem principal, Santiago Nasar. No lugarejo, quase todos os habitantes ficam sabendo do homicídio premeditado algumas horas antes, mas nada fazem para proteger a vítima ou impedir a ação dos algozes. Tal omissão induz a certa forma de cumplicidade.
        Mas, qual a relação da ficção de Garcia Marquez com um pedaço de asfalto em franco processo de deterioração em Cachoeirinha? O conhecimento por antecipação do que virá: a morte do asfalto, caso medida impeditiva não seja tomada por quem de direito, responsabilidade que cabe a administração municipal, que tem o dever de zelar pelo patrimônio público. Ora, existe concordância plena no fato de que a avenida Flores da Cunha estava ficando intransitável antes de seu recapeamento, ocorrido há cerca de dois anos. A população, durante meses a fio, enfrentou engarrafamentos estressantes e viu a obra consumir milhões de reais, que serão pagos pelas próximas décadas ao Fundo Financeiro da Bacia do Prata (FONPLATA). Escavações profundas em toda a extensão da via despertaram curiosidade e parecia apontar para um trabalho consistente. Daqueles para não dar mais “dor de cabeça”. Porem, até o observador menos atento e sem qualificação para a devida análise técnica percebe que em alguns pontos o recapeamento asfáltico começa a apresentar rachaduras. E com as chuvas a infiltração é inevitável. Tal processo, por dedução linear, leva à conclusão de que remendos deverão ser feitos antes da volta dos buracos. E ai, corremos o risco de ver (outra vez) a Flores da Cunha transformada em colcha de retalhos. 
        A pergunta que impõe é a seguinte: Se até um cabeleireiro nota que algo esta errado, como tal passa (?) ao largo dos olhares dos gestores públicos (prefeito, secretários e vereadores)?  E outra pergunta também pode se impor: Caso a obra executada pela empresa vencedora da concorrência apresente problemas ao longo de certo tempo existem cláusulas contratuais que salvaguardem a administração municipal de mais ônus para a execução dos reparos? Alguém tem o dever das devidas explicações.

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