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Pois é...

Incentivado pelos amigos, resolvi entrar na onda do blog. Este meio de expressão não tem pretensão maior no campo literário, por assim dizer. Desejo, tão somente, partilhar o olhar sobre os acontecimentos que observo ao derredor. Meu compromisso é com a informação, sem preconceito de natureza alguma.
Espero que os leitores participem deste espaço, enviando manifestações. Todas serão acolhidas com espírito democrático. Portanto, façam contato.


Política e afins



          *Pesquisas veiculadas na imprensa neste início de semana apontam para o crescente ânimo de rejeição aos atos de protestos no Brasil. E pensar que em junho e julho do ano passado a aceitação e adesão eram massivas. As manifestações gigantescas encheram de civismo os brasileiros e fizeram brotar uma pontinha de esperança nas reais mudanças para benefício do conjunto da sociedade.
          *O povo nas ruas cutucou o tigre com vara curta. Políticos meteram o rabo por entre as pernas e governantes, em todos os quadrantes, tiveram que tomar medidas à contra gosto, ainda que paliativas para acalmar o clamor popular por gestão pública padrão Fifa.
          *Melhorias na saúde, educação, transporte, segurança e ética na política eram escancaradas em redes de televisão, ao vivo, para que todos soubessem a pauta reivindicada. Alguns pleitos foram atendidos, minimamente.
          *Mas, no meio do caminho vieram as pedras, a pancadaria e arruaçados Black Blocs. Os manifestantes, em geral de classe média, motivados pelo desejo de conquistas sociais e com boa dose de lirismo no novo jeito de expor descontentamento, não reagiu estrategicamente para isolar os baderneiros. E o caminho de casa foi o atalho mais curto para não se confundir com a turba de malfeitores.
          *Naturalmente, este equívoco político serviu para os governos, de todas as matizes, respirar com alívio e encontrar meios de “engambelamento” social. A rebeldia abriu espaços para o vandalismo dos sem causas pontuais e, na rabeira, para a tranquilidade dos canalhas.
          *E pensar que o Brasil pode ter perdido excelente oportunidade histórica para fazer as reformas tão urgentes quanto indispensáveis para o bem estar da Nação, especialmente para as gerações futuras.
          *Este ano teremos eleições para deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidência da República. Tão certo como dois adicionados a mais dois resultam em quatro, a eleição ou reeleição de calhordas será inevitável. O gigante despertou e andou poucos passos. Parou, aturdido pelas bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e pedras da bandidagem. Resolveu tirar uma soneca e não voltou aos movimentos estremecedores.
          *Tudo, então, está perdido? Claro que não. Ao menos a esperança na está perdida. Basta prestar minimamente a atenção nos noticiários a respeito do que ocorre em outras partes do mundo.  Desde a América Latina até o Leste Europeu emergem levantes com pautas semelhantes àquelas que mobilizaram multidões verde-amarelas em 2013.
          * Só para voltar ao tema dos calhordas, que logo mais virão pedir votos para os seus projetos pessoais e do poder, é bem verdade que nenhum deles chegar a lugar algum sem a delegação do voto. O que vale dizer que calhorda também é o eleitor que destina o seu voto ao canalha. Este sim estará representado.
          *Todos os políticos e postulantes a tal são calhordas? Claríssimo que não. Tem gente de boa índole e capazes de agir com retidão e ética na política. Podem ser poucos, até, mas fazem toda a diferença. Tudo seria bem pior sem a presença deles a bradar, mesmo que solitariamente, em nome da correção e dos valores edificantes que devem alicerçar as sociedades sadias. Estes, sim, representam àqueles que abominam a calhordice. Neles eu me sinto representado. Nem tudo está perdido.


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