Onde estará o alvo?
O secretário municipal da Cultura, Desporto e Lazer,
Nerisson Oliveira, e o vice-prefeito de Cachoeirinha, Gilso Nunes, parecem ter
boa intimidade com o arco e flecha. A imagem do arqueiro, de imediato, evoca a
lembrança de Robin Hood, o personagem lendário que roubava dos ricos para
repartir com os pobres, especialmente os confinados na floresta de Sherwood.
Do
seu jeito, o arqueiro medieval tinha como alvo o cobate aos usurpadores do
reino da Inglaterra e às tiranias por eles praticadas na forma de cobranças
aviltantes de impostos e ferrenha repressão social. Em relação aos arqueiros
deste lado de cá da ponte, desconfio que a dupla ignore o alvo. Na competência
administrativa, por certo, não o é. E para não fazer longa lista de carências,
miro na questão emblemática da Casa de Cultura, localizada em estado de
abandono às margens do Rio Gravataí.
Quem acreditou nas promessas de
transformar aquele casarão em espaço multifacetário para atividades de lazer,
cultura e entretenimento, até aqui, se lascou. Tal permite concluir que os
gestores, em relação a esta pauta, são caolhos. Não conseguem acertar num alvo
daquele tamanho. Obviamente, não me refiro tão somente ao alvo físico, mas o da
expectativa da classe artística e da coletividade, em seu conjunto. Diante da
pose de arqueiros de Nerissson e Gilso, prefiro –francamente- pensar em Robin
Hood. Ao menos na literatura, o ladrão justiceiro me desperta mais interesse do
que alguns políticos no tempo presente.