Tempo de “mi – mi – mi”
Dia desses, em conversa com Augusto
Paim, acadêmico de psicologia na Pontifícia Universidade Católica, em Porto
Alegre, ficamos a trocar impressões a respeito do comportamento de parcela
significativa das pessoas diante da aproximação das festas natalinas e da
virada de ano. Impressionante, como afloram sentimentos de angustiante
nostalgia. Memórias afetivas são revisitadas e tal expedição resulta em melancolia
e tristeza, não raro. Ganham espaços nos corações e mentes comoções pela
ausência de entes queridos, especialmente daqueles que partiram desta forma de
existência. Além do que, a correria frenética por consumo faz com que a
celebração cristã quase se resuma em trocar presentes.
Este tropel alucinado,
obviamente, gera estresse e produz uma espécie de nódoa que, no decorrer do
tempo, faz com que percamos o eixo dos valores essenciais representados pela
data magna da cristandade.
Augusto e eu também concordamos que o melhor a fazer
é passar às pessoas outra perspectiva para a ocasião: deixar de lado a
“síndrome do mi-mi-mi”,abrir o riso e se encantar com as luzes do Natal, com a
mensagem intrínseca do evento e brindar com aqueles que a vida nos apresenta,
no aqui e agora. O que passou teve o seu curso. O que virá não nos cabe; e
também terá o seu curso. O real e
imediato é o presente. Vivamos, pois, a ocasião. Intensamente e com gratidão.
Sem “mi-mi-mi”. Que tal?