A Constituição da República Federativa do Brasil declara que
os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são independentes e devem manter
relações harmônicas, para o bem do País.
Em Cachoeirinha, prefeito Vicente
Pires (PSB) tem a obstinação de construir não apenas maioria na casa
legislativa do município, mas ter por lá a quase totalidade dos vereadores em
sua base de governo, com exceção de Irani Teixeira (PC do B) e Rosane Lipert
(PT). Os outros 15 são aliados obedientes ao Chefe do Poder Executivo. Senhores do amém.
Pois, as motivações que
levaram multidões às ruas em junho também tiveram efeito por aqui. Milhares
exigiram redução no preço da passagem nos ônibus da empresa Stadtbus. A
pressão, naturalmente, passou pela prefeitura e chegou à Câmara de Vereadores.
Com o chamado “bafo na nuca” os políticos encontraram a solução para baixar as
tarifas: O prefeito, que deveria resolver a questão através de reengenharia
financeira em sua administração, se empenhou para que o Poder Legislativo
contribuísse com a demanda. Sem esquecer que também sobrou para os idosos, que
perderam o benefício do Passe Livre. Agora só podem circular com gratuidade
duas vezes por dia. Mas, o que os vereadores fizeram foi abrir mão de preciosos
recursos de receita da Câmara, valores que deveriam ser usados para equipar e
qualificar o Poder Legislativo, cuja função precípua é fiscalizar os atos do
Poder Executivo.
Ora, com menos
recursos, teoricamente, menor a condição de a Câmara de Vereadores cumprir o seu
papel fiscalizador. E sem as assessorias técnicas e os meios devidos os
vereadores tanto mais “comem na mão de quem balança o berço”. Simples assim. Ora, esta “parceria” política
caiu como uma luva para o prefeito, que determinou a redução das passagens. Os
vereadores foram a reboque. Noves fora, ficaram no prejuízo. Mas, eles sabem
por quem “os sinos dobram”. Afinal,
fiscalizar com eficiência para que? Na próxima eleição tudo será como dantes,
no castelo do Abrantes. Será? A conferir.