Notas...
*Depois da onda de manifestações populares, jamais vistas na
história recente do país, é natural que o processo recue para ganhar novas
formas de enfrentamento das questões que pautaram o movimento.
*Doravante, começam a ganhar espaços pautas pontuais, como
reivindicações salariais, condições de trabalho e temas comunitários, mais
diretamente ligados ao cotidiano da população.
*No campo da política partidária o recado também foi dado,
no brado dos que não se sentem representados pelos partidos, tais como estes se
apresentam. Ora, isso precisa levar os agrupamentos partidários a uma profunda
reflexão sobre como estão exercendo sua práxis política.
*Na democracia formal os partidos são indispensáveis para
articular a vida das sociedades. Entretanto, quando os fins e os interesses de
um e de outro se divorciam abrem-se espaços para uma espécie de vácuo, criando
caldo de cultura para a possibilidade de rupturas institucionais que podem
colocar em risco conquistas que são indispensáveis para os avanços da
civilização.
*A “crise” pode se transformar em excelente oportunidade
para atrair à militância orgânica lideranças emergentes, que botaram o pé na
rua para libertar o grito preso na garganta contra a ordem estabelecida e
reivindicar melhorias para o conjunto da sociedade. O desafio dos partidos é
justamente mostrar que estão dispostos a reinventarem-se para a legítima
representatividade dos reais interesses da coletividade. Caso isso ocorra verão
ingressar em suas fileiras um novo “animus” forjador de tempos mais
promissores.