Para além dos
Movimentos de massa, marcadamente de jovens, têm ganhado as
ruas e força nas capitais do Brasil. Num primeiro momento a motivação era de
reação ao aumento das passagens e a péssima qualidade do transporte público. Os
governos, em todos os níveis, reagiram com força bruta para conter um e outro
excesso no curso da marcha. Como as manifestações ganharam força aumentou,
proporcionalmente, a truculência policial. Na semana passada em São Paulo, por
exemplo, o conflito ganhou ares de “praça de guerra”. Novas mobilizações continuarão
a ganhar corpo e musculatura.
Obviamente que a questão não se limita ao
protesto por causa, apenas, de vinte centavos. A insatisfação é resultante de
muito mais: descrédito da elite política e seus governantes, enlameados por
acordos espúrios que resultaram em “mensalões e mensalinhos”, direitos civis
ameaçados de retrocesso e a falta de perspectiva em soluções institucionais no
curto prazo.
Apesar dos excessos de parte a parte, o fundamental é que a
mobilização nas ruas provoque debates urgentes e profundos para que se pense
numa nova agenda de políticas públicas para o Brasil e os brasileiros.