Causa e Efeito
A queda do secretário municipal da Segurança e Direitos
Humanos de Cachoeirinha, Airton Espíndola, eram favas contadas. Ao ser
“arapongado”, fazendo supostas inconfidências a respeito da vida funcional e
privada de membros da Guarda Municipal e de personas outras, inclusive sobre a
vereadora Jack Ritter, sua companheira no PSB, ele atraiu para si uma onda
tsunâmica de críticas nas redes sociais, no Sindicato dos Municipários e na
Câmara de Vereadores.
A imprensa do lado de cá da ponte retumbou o caso. Bingo!
O secretário pediu para sair, evitando que o prefeito Vicente Pires (PSB) determinasse
a demissão do colaborador. Epílogo da “crônica de uma morte anunciada”. Não me
rejubilo com a forma da queda do secretário, que deveria ser o guardião da
Segurança e dos Direitos Humanos no município. O grande “pecado” de Espíndola foi
não observar a lição atribuída à “mulher de César”, que teria dito: “A esposa
do imperador não pode apenas ser honesta. Precisa parecer honesta”. Ora, a
postura do agente público, principalmente os do “andar de cima”, exige rigor com
a liturgia do cargo. De outra parte, o fato de Airton Espíndola ter deixado de
ser secretário não deve servir para que o governo dê por encerrada a questão.
Eis que surge uma oportunidade de ouro para abrir profícuo debate envolvendo o
papel da gestão da secretaria municipal da Segurança e Direitos Humanos. Chamar
os mais amplos segmentos da coletividade para dialogar e colher sugestões já
seria um bom começo para caminhar em direção à excelência nas tarefas atinentes
à pasta.