PAPO RETO, COM MARCO BARBOSA
Marco Barbosa é vereador reeleito, pelo PSB. Professor e
policial civil. Conhece o município por vivências em diferentes segmentos da
comunidade cachoeirinhense. Reconhece que no primeiro mandato teve alegrias e
frustrações. Faltou, inclusive, parceria política para travar debates mais
profundos, imprescindíveis na vida do parlamento. Espera, com a nova composição
da Câmara de Vereadores, poder fazer avançar propostas que influenciarão
decisivamente na vida dos cidadãos, do lado de cá da ponte.
Colunista: Vereador, porque as pessoas não participam
efetivamente das atividades na Câmara de Vereadores? Marco Barbosa: Porque o
Poder legislativo está distante do cidadão. E a atividade política, essencial
para a democracia e para o bem estar comum, está desgastada por culpa de uma
minoria que faz do mandato um balcão onde negocia os interesses privados. Todos
os dias a imprensa mostra os piores exemplos.
Colunista: Que fazer para reverter este quadro?
Marco
Barbosa: Os políticos precisam ir ao encontro da população. Ficar menos nos
gabinetes e mais na rua, onde pulsa o mundo real. E, aos poucos, trazer para
dentro do parlamento a verdadeira participação popular. Então, o cidadão saberá
separar o joio do trigo. E as transformações acontecerão, efetivamente.
Colunista: Tu és da base de sustentação política do governo
do prefeito Vicente Pires, teu companheiro de partido. Como vês a formação de
um bloco oposicionista na Câmara de Vereadores?
Marco Barbosa: Minha
contribuição com o prefeito Vicente tem sido pautada por uma postura reflexiva.
Aprovo matérias de interesse da coletividade e contribuo para o debate do que
precisa ser corrigido. Com altivez e o zelo de quem, acima de qualquer outro
interesse, tem compromissos com o progresso e o desenvolvimento da cidade, em
seu conjunto. Quanto à oposição, acho saudável a sua atividade. Não comungo da
idéia simplista dos são contra tudo e todos, como se fossem os donos de da
verdade única. Mas, entendo que o exercício do contraditório é salutar, e
necessário. Sem ele restam o silêncio, a concordância obsequiosa, a eliminação
do debate e alternância.
Colunista: Depois da cassação do presidente da Câmara de
Vereadores, Joaquim Fortunato (PSB), por compra de votos, a casa legislativa
terá nova eleição dia 19. Qual a tua a avaliação do episódio e posição em
relação à nova composição da Mesa Diretora do Poder Legislativo?
Marco Barbosa:
Minha posição ficou clara quando participei da montagem de uma chapa contrária
a de Joaquim Fortunato, no primeiro dia de janeiro. Apoiei a o projeto político
e administrativo encabeçado pelo companheiro Antônio Teixeira (PSB). A
composição era mais plural, e com foco na independência e maior transparência
nos atos do Poder Legislativo. Perdemos por estreita margem. Depois deu no que
deu... Agora, temos outra oportunidade de resgatar aquela proposta alternativa.
O processo não será fácil e vai exigir muita articulação e negociação. Espero
que, no final, resulte positivo e que aponte para uma perspectiva melhor. Caso
contrário será frustrante para quem deseja que triunfe o verdadeiro sentido de
fazer política de forma correta, ética e moral.