EM CENA, O “PESO PESADO”
Para começo de conversa, o título do texto não carrega
nenhuma alusão à compleição física do prefeito Vicente Pires (PSB). Tal
particularidade não tem a menor importância para o colunista. Relevante, aqui,
é o seu “peso político” e a influência de tal no âmbito dos rumos
administrativos em sua gestão à frente dos negócios públicos na prefeitura de
Cachoeirinha.
Quando estourou o processo de cassação do presidente da
Câmara de Vereadores, Joaquim Fortunato (PSB), o prefeito estava em férias. E
por lá ficou. Deixou que o escandaloso “tsunami” político envolvendo o Poder
Legislativo levasse com ele o que tivesse que arrastar. É claro que Vicente não
deve ter desligado o telefone celular para dedicar-se a bucólicas pescarias na
praia de Imbé, onde possui residência. Sem dúvida, monitorava em tempo real os
estragos causados pela defenestração de seu companheiro de partido. Neste período de afastamento, em conjugação
com o recesso parlamentar, alguns dos “rebeldes” que apoiaram a chapa de
Antônio Teixeira (PSB) contra a de Fortunato, no primeiro dia do ano, voltaram
a alimentar esperanças de conquistar espaços na casa legislativa do município e
fazer uma gestão transparente e respeitosa em relação aos mais elementares
fundamentos do estado de direito democrático. Léguas longe da prática adotada
por Joaquim Fortunato e seus parceiros em 2012. Aliás, é voz corrente que sua
administração, no ano passado, é merecedora de uma auditoria profunda. Depois de
cassado pela Justiça Eleitoral, por compra de votos, a necessidade de “passar a
limpo” seus atos na presidência da Câmara de Vereadores é mais do que uma
necessidade. Até para atenuar seu desgaste político, caso, ao fim e ao cabo,
constate-se a lisura de sua conduta administrativa.
Mas, doravante, Vicente Pires entra em campo, com tudo, para
influenciar no processo eleitoral envolvendo os vereadores de sua base aliada.
Até os menos avisados sabem que sem a parceria da Câmara de Vereadores qualquer
prefeito terá imensas dificuldades para governar. Vicente precisa desta
tranqüilidade a fim de tocar as obras que justifiquem este seu segundo mandato.
E que poderão, em futuro não muito distante, servir para alavancar alguma trajetória
política rumo a Assembléia Legislativa ou à Câmara dos Deputados, em Brasília.
Ou alguém pensa que depois de mais quatro anos de mandato o prefeito vá se
dedicar a jogar anzóis ao mar para fisgar peixes de menor compleição física no
Litoral Norte. Aliás, por falar em peixe, somente estes nadam contra a maré,
mas no período da piracema.